Além dos sonhos

Personagens:



















Além dos sonhos

Cap 1 – Coisas estranhas acontecem         
 Peter
 Ouvia-se apenas o cavalgar dos cavalos, nesta noite fria de inverno, luzes fracas , casas e ruas vazias, troncos ocos e árvores sem folhas, vilarejos esquecidos , e ventos gelados, tão gelados, capazes de gelar até a alma.
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   É, o frio predomina aqui, aqui em Althor.... Ainda mais com nosso governante , um  velho tirano! Mais shh!!! Dizem que prefeito  possui  soldados  espalhados por aqui, e que se alguém falar mal dele , é expulso de nossa cidade .

  Oi, meu nome é Peter;  tenho 15 anos e moro em Althor,  Inglaterra e .... Espere, estou ouvindo um choro... de onde vem?
Olhei para trás, nada. Para os lados nada. Olhei para frente.. Uma pequena menina.. Quem será?    Me aproximo um pouco... Gwen! Minha irmã mais nova, estava aos prantos, sentada no chão. Seus cabelos negros, molhados,  reluziam  à  luz da lua.  Me  ajoelhei ao seu lado, e ela me olhou,  seus olhos castanhos  estavam foscos, o que me deixou com o coração apertado.
  - Gwen! O que você faz aqui fora nesse frio??!  - Perguntei.
 - Eu.... Snif..... Estava te procurando! – Explicou.
- E você estava chorando por quê? – Perguntei.
- Eu queria que a mamãe e o papai estivessem aqui com a gente!! – Disse Gwen
   Nossos pais sumiram, há 5 anos atrás, e estamos morando com nossos avós,  que nunca quiseram dizer o motivo.. Vivemos muito bem com eles,  nos tratam muito bem
 - Vamos voltar para casa, ok? – Falei
- Olhe,  Peter ! – Ela apontou algo longe.. Algo brilhante...
  Fomos chegando perto do objeto, aos poucos, consegui  perceber , e podia jurar que aquilo não estava ali antes!  Era... uma espada.. E estava nova! 
- Quem tem uma espada nos dias de hoje?! – Perguntou  Gwen  
-Eu é que sei?  ás vezes um colecionador – Falei
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- É, realmente... Porque não levamos para nosso avô? – Sugeriu
- É ele vai gostar!  - Falei com felicidade
  Nosso avô  é colecionador de espadas, cada uma tem uma história diferente.. Adoro ouvir cada uma delas e  as espadas são realmente muito bonitas!
 - Vamos logo irmão! Está muito frio aqui fora! – Choramingou
- Ok, ok!!
  Assim que pus minhas mãos na espada, ela começou a brilhar, muito intensamente, e a deixei cair.
- O que foi isso?!  - Assustou-se Gwen
- E.. Eu.. n...Não sei...  – Gaguejei
   Assim que ela caiu, seu brilho diminuiu, até sumir e se parecer com uma espada normal.
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- Bom, vamos logo, pegue-a novamente, desta vez, sem deixá-la  cair . – Explicou Gwen.

 Peguei –a novamente, começou a brilhar, mas desta vez já estava preparado e não a deixei cair. Fomos para nossa casa,  percebi no caminho, que seu brilho ia diminuindo aos poucos, até sumir totalmente, e virar uma espada normal.
 Entrei em casa, já era tarde, eu acho.  Pois meu avô estava nos esperando na poltrona da sala, o que sempre me assusta. O local da poltrona fica muito escuro a noite, e vê-lo  sentado lá, sempre me dá uns arrepios!
- Peter, Gwen, o que vocês faziam na rua até agora? Eu posso saber? – Ele perguntou com um ar que me deixou mais assustado
- A gente estava... – Comecei
- Estávamos comprando comida! Mais Pelo visto, estamos atrasados e...  – Completou Gwen
- Peter.. Isso na sua mão.. – Interrompeu vovô
  Quando ele falou, já estava perto de mim, tirando a espada de minhas mãos. Quando ele olhou para ela ... Ficou totalmente branco, seus olhos se arregalaram e disse:
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-Não pode ser.. Isso não...
-Isso o que vô? – Perguntou Gwen
- Gwen! O que vocês estavam fazendo quando acharam essa espada? – Começou a se desesperar
-  A gente estava vindo pra cá, quando essa espada começou a brilhar. A gente parou para vê-la , e quando Lucas a pegou, ela brilhou mais intensamente..
- Isso não...  – Falou vovô
- Eu..Eu vou...dormir! – falou vovô
-Mas vô, e a espada? – Perguntei
- Não! Afaste essa coisa de mim! – Exclamou
  E ele saiu, correndo.
- Lucas, porque ele... – Começou Gwen
- Eu não sei.. – Terminei
- Vamos para o meu quarto! Lá dá pra ouvir a conversa deles! – Exclamou Gwen -  vovô com certeza vai acordar a vovó!
  O quarto de Gwen  ficava do lado do quarto de nossos avós, ou seja, dava pra se ouvir tudo o que acontecia no quarto deles.
 Tivemos que apagar as luzes, e bater nossas portas, para acharem que fomos dormir, e tivemos que andar no escuro, até o quarto de Gwen.
  Pusemos as orelhas na parede e ouvimos:
  - Marta! Acorde! – Exclamou vovô
  - O Peter ! Ele achou a espada! – Falou
  - O... o quê?! – Vovó abafou um grito
 - Sim! O sinal! A espada brilhou nas mãos dele!
 - Então... era verdade.. Raquel  tinha razão!
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- Não devíamos mantê-los aqui  na Inglaterra .. Agora que Peter  achou a espada, é só questão de tempo até que... – começou vovô
- Até que outro instrumento ache Gwen...  – Completou vovó
Nessa hora derrubamos uma boneca de Gwen, era de pano, mas fez barulho o suficiente para chamar a atenção de nossos avós:
-Marta.. Você ouviu isso? – Perguntou vovô
-Não, meu amor. Você deve estar muito abalado com isso tudo,  e está ouvindo coisas, é melhor irmos dormir ... E amanhã... 
E paramos de ouvir, estávamos muito abismados  para continuar ali. E abalado? Como vovô podia estar abalado? De acordo com ele, MEU destino estava selado,  EU  estou abalado e não ele!
E esse troço de instrumentos,  destino, nossa mãe avisou a eles, como assim? Estava tudo muito confuso...
- Peter.. Eu quero ter uma vida normal – Gwen  falou baixinho, e me abraçou
-  Calma, vamos entender o que é tudo isso, mas antes, que tal dormir? – Sugeri
- Ok.. – ela falou.
  No dia seguinte, o clima estava pesado.  Vovó olhava para todos os cantos da casa, mas não conseguia olhar em meus olhos;  vovô olhava a rua, eu estava no sofá lendo livros da escola e Gwen dormia. Quando vovô me chamou. Eu me apoiei no parapeito da janela, ao seu lado, e depois de alguns minutos em silêncio, ele falou:
- Gwen precisa sair daqui ..
-Como assim? – Perguntei apesar de saber exatamente do que se tratava .
-  Fazer um curso fora, estudar em outro país..
-Vovô, nós não temos como pagar esse tipo de coisa . – Falei.
- Mais Gwen  PRECISA sair daqui e... – Ele falou.
- Eu preciso do quê? – Gwen  falou, aparecendo por trás da porta, esfregando os olhos e toda descabelada.
-De... De um café da manhã! – Vovó entrou na conversa. – Já vou prepará-lo , Roger, porque você não vem comigo?
- S..Sim! – Falou vovô já saindo para a cozinha.
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 Então ficamos eu e Gwen na  sala, quando ela olhou pra mim e franziu a testa ( o que a deixava meio engraçada, pelo fato de estar  toda descabelada e com o rosto marcado por causa da cama) :
- Vovô parecia tenso..
- É.. – Consegui dizer . E percebi  que vovô queria tirar Lana na França sem seu consentimento.
– E eu não imagino porque... – falei. Parecia injusto deixá-la  ter o destino selado, mesmo que não saibamos porquê.
- E a espada, o que você fez com ela? – Perguntou  Gwen.
- Ela está em meu quarto... – Respondi  depressa
- Pensando bem... Você também está estranho! -  Gwen  disse apontando o dedo em meu nariz.
- É só impressão sua!  - Eu tentei mentir,  mais seus olhos castanho - caramelados  penetravam em meus olhos,  me forçando a dizer a verdade. Eu simplesmente,  odeio  quando ela faz isso !!
-Fala! Peter! – Ela insistiu.
-Não é nada! Pare de insistir! – Falei quase gritando.
Eu estava ficando quente, sempre que eu fico com raiva eu começo a ficar vermelho,  e esquento por dentro.  Gwen viu  que era melhor não insistir,  e parou de me olhar daquele jeito ,  e mudou de assunto: 
-Bem,  esqueça.  E o que vamos fazer quanto  aquele assunto?






                                                                      
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Cap2 – Meu mundo vira de cabeça para baixo
Gwen
O rosto bronzeado de meu irmão,  estava ficando vermelho, e seus olhos expressavam uma imensa raiva, achei melhor  parar de pressionar.  Afinal, quando ele está com raiva de verdade, é de dar medo! 
Nós somos muito diferentes, tanto fisicamente quanto interiormente. Seus cabelos são Caramelados,  seus olhos são azul turquesa, e sua pele é bronzeada. E ele é muito mais calmo que eu, e gosta muito de esportes.
-Eu ainda não sei.. – Ele respondeu.
- O que será que iremos fazer no futuro de tão importante?! - Perguntei
- Não sei, e não tenho tanta certeza se quero saber! Nem sei se eu quero ter meu destino selado, por  uma espada!
-Seu café, minha querida! – Nossa  avó entrou na sala, com uma pequenina xícara, em mãos.
- Ah.. Obrigada Vovó. - Eu disse sorrindo.
 - Eu vou estudar.. – Disse Peter, indo para o quarto.
Eu bebi meu café , e me sentei ao lado de vovó, no sofá, e ficamos vendo TV. Eu estava muito cansada, acabei de acordar, mas eu dormi muito mal de noite, tive pesadelos,  e fiquei um tempo pensando naquele troço de destino selado,  de instrumentos, e principalmente em nossos pais,  o que eles tem haver com isso tudo ?  Então sem perceber, eu dormi, nos braços de minha avó, e tive um sonho.

Eu estava voando,  em cima de...  Era um Pegasus! Com um.. chifre? Um pegasus – unicórnio com asas majestosas , e malhado,  e eu estava em seu dorso,  eu podia sentir  o que ele sentia,  ele estava feliz,  apenas  por estar voando. E eu estava ouvindo um grito, vinha de trás, quem... Era Peter! Ele estava gritando muito, quase caindo, sua pele bronzeada, agora estava branca, e seus olhos estampam  medo, e eu ria, ria muito! Ele estava muito engraçado! E eu estava feliz,  muito feliz, apenas o fato de estar voando, me fazia rir à toa!  E então o sonho mudou ,  agora eu estava  em um local escuro;  meu Pegasus-unicórnio  já não estava mais lá, estávamos apenas, eu e meu irmão,  e sombras corriam em volta de nós, o que eram? Peter  empunhava sua espada, e eu estava segurando, alguma coisa também..  Quando Peter  Cortou o ar com sua espada, eu  tentei gritar : Não!! Então algo me agarrou, tentei me livrar daquela coisa, era angustiante, eu não podia me mexer! E então acordei.
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Eu estava suando frio, vovó, vovô e Peter  estavam ao meu redor  quando eu acordei.
-Um Peg... – Começei.
- Não! Não fale nada, minha querida!  -  Falou vovó, como se eu estivesse com uma doença séria.  – Você estava murmurando palavras, e rindo, quando do nada, você começou a suar, e começou a se contorcer, e acordou. Nós estávamos muito preocupados.
- Não.. Eu estou bem. Só tive um sonho, um sonho muito estranho, mais.. – Falei
- O que você sonhou exatamente? – Vovô me interrompeu.
E eu expliquei como foi o sonho e vovô sentou no sofá,franziu a testa  e pôs a mão no queixo. Sempre que está pensando, ele faz isso. Ele olhou pra mim, e saiu. Vovó vai atrás dele , e ficamos apenas, eu e meu irmão na sala.
Ele senta do meu lado, e me olha. Seus olhos azul- turquesa, me fitaram, e eu percebi o que ele pensava. Que isso tinha algo haver  com tudo o que ouvimos ontem de nossos avós.
- Isso tem haver com toda essa confusão, não é? – Ele perguntou.
-Eu também acho isso.. – Respondi.
- Temos  que arranjar um jeito de descobrir o que está  acontecendo aqui! – Ele falou.
-Pois é! Mas como? E que bicho  era aquele de meu sonho? – Perguntei – Eu estava me sentindo tão bem..
- Já faz muito tempo.. Que eu não..Me sinto como eu me senti nesse sonho.. – Eu falei. Desde o sumiço de nossos pais, minha vida nunca mais foi a mesma, eu tinha apenas 7 anos, e Peter 10.. sofremos muito, e eu nunca me recuperei.
-  Gwen, eu prometo, vamos desvendar  esse mistério!! – Ele disse confiante. Agora seus olhos mostravam um brilho, um brilho diferente.
No dia seguinte,  eu havia acordado cedo. Era segunda, eu tinha escola, e mais uma vez  eu havia dormido mal,  pesadelos, e pensamentos, atormentaram minha noite, ou seja, eu estava de mau humor.
-Gwen... O que você acha de um curso fora da Inglaterra? – Disse nosso avô, sentado á mesa do café,  com vovó.
- É minha querida, será bom para você. – Disse vovó.
-Ahn ? Curso fora da Inglaterra?!  Vocês estão loucos? – Gritei. Então é assim? Minha vida muda repentinamente, e para fingir, que nada disso está acontecendo, eles querem me tirar daqui, e me impedir de descobrir a verdade?! 
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- Calma, minha querida!  A gente só queria o que fosse melhor para você! – Minha vó disse.
- O que for melhor para vocês!  Vocês acham que eu não sei  que.. – Começei.
Nessa hora, Peter chegou na cozinha, e com a boca cheia de espuma, com uma escova de dentes em mãos. Aquela cena, me fez esquecer a fúria, eu fui abrindo um sorriso, e caí na gargalhada. Acho que era isso que  ele queria,  quando apareceu lá daquele jeito. Bom pelo menos eu acho. Então percebi que Peter me olhava de uma maneira  repreensiva e  olhei para meus avós.  Eles estavam me olhando abismados.  Então senti  pena, eu não devia ter gritado com eles.
-Me desculpem, eu dormi  muito mau de noite tive pesadelos, pensei muito,  acordei com mau humor.. Enfim, desculpem. – Falei  já de cabeça baixa.
-Tudo bem,  minha querida, nós entendemos.. – Disse vovó – Agora, porque não se senta, e toma café com a gente!
- É você tem razão. – Me sentei, e olhei para Peter.Ele piscou Pra mim, com aprovação,  e eu dei um risinho, ele estava muito engraçado! 
 Tomei café, e fui para a escola. Como sempre, muito movimento,  muitos adolescentes  e crianças andando de um lado para o outro. Mais um dia, mais uma segunda,  e uma palavra: Insuportável.  Eu não consigo ficar mais um dia nessa escola ,  ninguém gosta de mim aqui, apenas uma pessoa,  Steeve. Ele é  meu único amigo e é da minha sala.. Sempre que vão me  perturbar , ficar  se gabando pra cima de mim, ele chega, e me defende. As pessoas também perturbam ele, e ele fica na dele, mais quando é comigo,  a história é diferente,  ele chega e me defende na hora, e põem pra correr qualquer um.
Ele estava andando de cabeça baixa pelo pátio, com alguns meninos ridículos, rindo dele pelos cantos.  Eu cheguei perto,  e perguntei:
-O que está havendo stev?
Seus olhos castanho escuros me fitaram. Sempre que ele  ficava daquele jeito era apenas por um motivo:  sua mãe.  Ela sofria de uma doença,  e sempre que ela passava um pouco mau, Steeve ficava cabisbaixo, quieto.
- Entendi.. Bom, mais porque não deixamos isso de lado e vamos fazer algo de divertido hein? – Convidei .
-Eu não estou muito afim.. – Ele falou.
- Ahh! Esquece isso! –  Puxei ele e sai correndo.  Eu o estava levando para um lugar, um lugar onde ninguém nos atrapalha, aposto que nem sabem da sua existência.
                                                                               


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Logo atrás do colégio, existe um buraco no muro,  passamos por lá, e entramos em uma clareira, rodeada
de árvores, arbustos, flores, o mato lá é sempre baixo. Apesar das muitas árvores, conseguimos ver o céu azul. Sempre que estávamos tristes, íamos para lá. Parecia que a natureza nos fazia sentir bem,  o canto dos pássaros era como uma melodia.
- Só você para me fazer sentir bem, em um momento difícil como esse.. – Ele falou.
-Então se eu estou te fazendo bem, vamos esquecer a parte ruim, que tal?
Peguei  umas folhas e pus no cabelo,uns galhos na orelha e flores no nariz, eu estava me sentindo ridícula, mais precisava  fazer isso para fazê-lo sorrir.
- Como estou? – Perguntei fazendo uma careta.
Quando me olhou,  ele começou a gargalhar.  Seus cabelos castanhos brilhavam á luz do sol,  e seu sorriso contagiante me fez sorrir também. 
- Terrivel!  - Ele riu. – Mais mesmo assim,  continua linda!
-Eu sei que não estou linda, mais mesmo assim, obrigada. – Eu disse rindo.
Nessa hora o sinal tocou, voltamos pelo mesmo caminho e já estávamos no corredor do colégio, quando ouvi um soluço. Olhei  para o lado, era  Steeve!  Ele  me olhou e eu pude ver seus olhos vermelhos, e lágrimas escorrendo de seus olhos. Ele estava pensando em sua mãe..E então eu o abracei. Algumas poucas pessoas ainda passavam no corredor, se dirigindo ás salas. Mas para minha infelicidade, uma dessas pessoas era  Michael Wallbrock.
-Olha só! O casalsinho de rejeitados no meio do corredor!
Então olhei para ele: alto, e gordo.  Em seu rosto pude ver  fiapos de barba nascendo, e seu cabelo encaracolado estava todo emaranhado. Seriam bonitos, se ele tratasse melhor de seus cabelos. Ou seja, um típico valentão de 2º ano!
Ele olhou para Steeve e percebeu que este havia chorado, e falou:
-Estava chorando Smith? É muito mulhersinha mesmo!
- Cale a boca Wallbrock! – Falei já irritada.
-Além de mulhersinha, precisa de outra  para protegÊ-lo! – Ele falou andando em minha direção, ele iria encostar o dedo em mim, mais... Steeve fez uma coisa  que eu nunca imaginaria que ele fosse fazer. Ele  já estava vermelho, agora não de chorar, mais de raiva. Segurou  no colarinho de Michael,  o levantou na parede e disse:
- Não encoste um dedo nela!
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- Ou o que?!  - Michael provocou
- Você não vai querer saber! – Ele disse cerrando ainda mais o pulso em volta do colarinho.
Nessa hora a diretora passou no corredor, e quando nos viu, arregalou os olhos, e começou a ficar vermelha, e então a tremer, e explodiu  em palavras que eu não entendi. Quando a diretora fica muito brava, ela mistura diversas línguas, e pelo pouco que pude descobrir, ela falou,  polonês, italiano e... grego?  O que ela falou ficou meio assim:
- Sr. Smith! Wrzuć ją teraz! Και οι τρεις , venire nel mio ufficio!  AGORA!
 E começamos todos os três a rir muito!  A imagem da diretora, estava muito engraçada!  Seus cabelos brancos,  penteados com tanto cuidado, agora estavam arrepiados, sua mão cerrada tremia,  e mostrava muita raiva diante de nós três gargalhando alto! Mais era impossível!  Ela estava muito engraçada! 
Mais no final, fomos para casa mais cedo, o que foi bom pra mim, não aguento nem mais um minuto naquele colégio insuportável!  Menos Michael, como sempre ele saiu impune da história. 
Chegando em casa, algo estava estranho... Peter estava sentado no sofá, e pelo que percebi, nossos avós haviam saído.
-Peter.. Tudo bem? – Perguntei me aproximando dele.
Ele me olhou e depois voltou á olhar o chão.
- Peter? – Falei – Eu estou aqui sabia!?
- Gwen... Perigo... Estamos em perigo.. O prefeito .... – Ele tentou terminar, mais acabou em um suspiro.
- Oquê? O que o prefeito tem haver com isso?! – Perguntei já sem paciência
- Nada.. Mais só me promete uma coisa! – Ele  falou olhando meus olhos – Prometa que vai ficar bem,  longe de todo e qualquer perigo!
- Eu ...–  Falei quando fui interrompida por nossos avós, que estavam entrando na sala.
Peter  virou o olhar e foi para seu quarto, o que achei muito estranho. Como  se...como se ele e nossos avós tivessem brigado...
- Vô.. O que aconteceu com o Peter? – Perguntei.
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-Nada minha querida, ele estava assim, o dia todo.. – Ele disse.   
-Mais vô.... – Eu tentei dizer,
- Vá para seu quarto,  querida, eu irei levar o café para você- Vovó disse.
Bebi o café, e fiquei ouvindo musica, por um tempo.  Depois fui estudar, e antes que eu pudesse ver, já estava de noite, e já era hora de dormir.E sonhei

Eu estava novamente voando.. no mesmo pegasus- unicórnio , mais dessa vez,  não apenas Peter estava lá ,mais  também  Steeve. Nós três estávamos rindo alto, e meu pegasus-unicórnio  relinchou  de felicidade. Como eu sei? Eu era, de alguma maneira ligada á ele, o que ele sentia, eu podia sentir também, éramos um só. Então eu pude imaginar o que ele pensou: ‘’Você tem vontade que isso seja verdade’’ ?  E eu disse ‘’ eu acho que.. sim.’’  E então acordei com meu celular despertando ao som de Demi Lovato. ( Minha Diva!)
Sai do quarto,  e me sentei á mesa ao lado de Peter e de nossos avós. Após o café, me visti e fui para o colégio.
Chegando lá, olhei para o muro, onde Steeve sempre me esperava, e ele não estava lá.
-Será que o sinal já tocou? – Falei.
 Entrei no colégio, e então na sala. A cadeira de Steeve estava vazia.. ‘’Onde ele estará? Não veio no colégio? ‘’ pensei.
‘’Bem,  vou ficar aqui, as vezes ele se atrasou!’’ pensei. E fiquei até a hora de sair. Ele não havia chegado. ‘’ tudo bem, algo sério aconteceu’’ Eu pensei. Steeve nunca falta a aula, nem quando esta doente! Nunca! 
Mais mesmo após esses pensamentos, achei  melhor ir  para casa, estava com um pressentimento ruim. Pois bem. Cheguei em casa,  vovô estava em seu sofá, lendo seu jornal, como sempre, e vovó na cozinha,  preparando o almoço. ‘’Um dia normal’’  pensei. Não tinha noção de como estava errada.  Quando fui ao meu quarto, dei uma passada no de Peter,  queria ver meu irmão,  e descobrir o que avia de errado com ele. Mais ele não estava lá, e, por alguma razão,  seu quarto estava vazio, sem nada, apenas sua cama , os quadros e pôsteres. O que estava acontecendo?
Fui correndo até vovô e perguntei:
-Vovô, aonde está Peter?
Ele colocou o jornal em cima da mesa, tirou os óculos e me olhou sério:
-Precisamos conversar,  querida. 
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- Sim, precisamos! – Falei
- Peter, não  está mais nesse mundo,  ele precisou sair daqui, para se proteger. – Ele falou, como se fosse a coisa mais normal do mundo!
- Desse mundo? Tipo, da Inglaterra ? – Perguntei meio confusa.
- Não. Ele saiu da Terra.- Ele falou.
- Ã? COMO ASSIM DA TERRA? – Perguntei, com raiva, pois ele estava falando de maneira muito tranquila.
- Acalme-se Gwen,  ele está bem, e outro mundo, longe dos perigos. No mundo dos sonhos. – Disse vovô.
-Mundo de sonhos? Vovô, eu não tenho mais 4 anos para acreditar nisso! Vamos logo! Diga-me! O que esta acontecendo aqui? – Falei já sem paciência.
- Deixe-me explicar.  Você e seu irmão, nasceram  com os mesmos dons de seus pais,  vocês podem atravessar um mundo fantástico, um mundo de fantasia,  um mundo onde nada  é real, porém,  mais real do que muitos conseguem  ver.   Todos os seres mágicos existem lá. Fadas, ninfas, unicórnios, dragões.. Tudo!Tudo o que crianças imaginam, e criam, vão para lá também, um lugar de fantasias. Peter sabia do perigo  quando aceitou ir  E ele reconheceu isso,  e foi, por pura e espontânea vontade.
Eu estava sem palavras.  Como... Um mundo mágico?
-Eu tenho que achar meu irmão! Ele tem que ficar do meu lado! – Eu disse desesperada. Eu não podia acreditar! Como que ele me deixou??? Aqui sozinha? Apenas com nossos avós, e com Steeve?  Crescemos juntos,  moramos juntos, como que ele vai embora sem nem mesmo se despedir?!
- E que perigos?  - Perguntei, agora com medo.
- Alguém  está atrás de vocês dois, pois se ele conseguir  pegar vocês, ele  conceguirá passar pela porta, desse para o mundo fantástico, e assim, comandá-lo.  Por isso, Peter foi para lá. Pois seus poderes despertaram  apartir do momento que vocês acharam aquela espada.
- E, porque eu.. Não fui também – Perguntei.
- Porque você ainda é nova, acredito que seus poderes ainda não tenham despertado. – Ele falou, o que me deixou com raiva.
- Então, quando os meus despertarem , eu irei para lá também?! E tudo por causa do prefeito? Você ta de brincadeira  né! Afinal se o problema é esse alguém, porque não tentar Pará-lo? Por na prisão! Sei lá! 
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-  Acalme-se, vamos dar um jeito nisso!  - Ele disse me abraçando. Eu precisava disso, de um abraço. Tudo estava tão confuso,  tudo.. Embaralhado.  Foi então,  que me lembrei do meu sonho, do meu Pegasus, meio unicórnio. .. Como eu queria.. Voar.
Foi  então, que ouvimos um barulho, muito alto, e barulho de cascos. Cascos? Saimos correndo para fora , e eu me deparo,  com um garanhão , branco. Totalmente branco, apenas por uma mancha caramelo em seu focinho,  e em suas patas dianteiras, duas manchas, uma caramelo e outra  marrom. Sua crina acastanhada ( mistura de caramelo e marrom) brilhava á luz do sol, e combinava direitinho com seus intensos olhos castanhos. Agora olhando melhor, percebi um único chifre no centro de sua testa. Branco, tão branco que precisei desviar os olhos. Até o confundi com um unicórnio. Até ver suas asas. Asas enormes, que reluziam em diversas cores, como um lindo arco-íris.
Foi então que ele olhou pra mim, e pude entender o que ele dizia : Oi Gwen!  Tudo bem?
Eu caí pra trás assustada ,  apontei pra ele e disse:
- V..Você.. Fala?!
- Como assim Gwen? Ele não disse nada! – vovô disse.
- Siim ele falou! – Eu disse
‘’ Só você pode me ouvir’’ – Ele falou, e bufou.
- Só eu posso te ouvir? – Falei já intrigada.
‘’ Sim, afinal foi você que me criou! ‘’ – ele falou e relinchou em alegria – ‘’ por falar nisso, obrigado! ‘’
- Eu criei você? – Eu perguntei, me levantando.
Então pude ver. Esse garanhão, era muito maior do que qualquer outro cavalo normal, tanto , Ao seu lado, eu parecia pequena. Fui me aproximando, e toquei em sua crina. Era macia, parecia seda.
- Eu criei você de verdade? – Perguntei
‘’ sim! ‘’ – Ele respondeu.
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- Gwen!  Você criou um pegasus – unicórnio! Seus poderes! Ativaram!  - Ele falou, com um olhar de desespero nos olhos.
- Não!Vovô! Eu não vou para lá! – Falei um tanto desesperada.
- Minha querida.. Você precisa.. – Falou, ele de maneira calma.
- Não! Eu vou salvar Peter, e juntos, vamos parar esse prefeito doido! Vamos prendê-lo, para que ele nunca mais atrapalhe nossas vidas aqui! – Gritei.
- Se você sabe mesmo voar, por favor, me leve daqui, e vamos juntos procurar por meu irmão! – Falei montando em meu pegasus – unicórnio.
‘’ claro! Agora, se segure! ‘’ – Ele avisou – ‘’ é o seu primeiro voo né?’’
-Sim! – Disse, e montei, por completo, segurei em sua crina de seda, e me preparei.
- Minha querida! Não vá atrás dele! Fique aqui! – Vovô falou, correndo em minha direção.
Nessa hora minha avó saiu pela porta da cozinha, me olhou em cima desse pegasus – unicórnio e arregalou os olhos.
- Gwen! – Ela gritou.
Pegasus-unicórnio começou a correr para levantar voo. Olhei para trás e me senti culpada. Eu estava deixando meus avós sozinhos. Mais eu precisava salvar Peter!  Para que juntos, podermos voltar e morar novamente com nossos avós!
- Vovô! Vovó! Eu amo vocês! Prometo voltar com Peter ! Vamos acabar com toda essa besteira de prefeito! Eu prometo! – Gritei. 
E levantamos voo. Um frio na barriga tomou conta de mim, e eu fechei os olhos. E quando abri novamente,  Pude ver toda a cidade de cima. Uma vista, realmente bonita. Porém, o vendo gelado do inverno, me fez congelar. Eu nem tinha tirado a blusa da escola!
Até que passamos por cima, da casa de Steeve, e me senti na obrigação de ir vê-lo.
-Desça, por favor. Preciso ver um  amigo. – Pedi, ao meu pegasus-unicornio.
‘’ Aonde? Muitos carros, passam por aqui!’’ – Ele falou, olhando  para os lados
-Vamos para o parque, lá é campo aberto, e você pode se esconder no meio das árvores. Falei apontando para uma pequena área verde, em meio á cidade.
‘’ O.K. ‘’
Ele pousou. O que me deixou com frio na barriga novamente.  Desci dele, e falei:
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- Por favor, fique aqui, e me espere. Eu não vou demorar!
‘’ Pode deixar! Vá lá encontrar seu amigo! ‘’ – Ele falou, e se despediu, relinchando alto.
Eu comecei a rir,  e disse
- Acalme-se! Quer que alguém nos veja!?
E saí. Correndo, muito.No caminho, pensei: ‘’ porque não levar Steeve comigo? Não seria justo deixá-lo á mercê daqueles garotos ridículos da escola.  
Chegando lá. Espiei por cima do muro de sua casa. E a encontrei toda fechada. Toquei a campainha, uma. Duas. Três vezes. Na quarta, fui atendida por seu pai. Paul Smith
Parecia que tinha tido uma noite um tanto difícil. Pois tinha olheiras enormes.
- Bom dia, Sr. Smith. Eu poderia falar com o Steeve, por favor? – Pedi.
-Claro. Não gostaria de entrar? – Ele convidou.
- Não, obrigada. Estou bem aqui. – Falei.
Ele entrou, e pude ouvi-lo chamar por seu filho. Steeve apareceu. Quando seus olhos encontraram os meus, pude ver a imensa dor, contida neles. Sua mãe havia piorado.
Eu o abracei. E o senti relaxar. Quando ele se recompôs, eu expliquei a história toda para ele. O mundo mágico, o sumiço de Peter, meu pegasus-unicórnio, e todo o resto.  E é claro, o convidei para partir na procura de Peter, conosco.
Ele me olhou confuso. Virou as costas e disse:
-Me desculpe. Mais eu preciso ficar perto de minha mãe nesse momento..
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Eu fiquei muito triste, pois contava com ele perto de mim nesse momento. Mais por outro lado, entendia totalmente seus motivos.
- Tudo bem, Eu entendo.. – Falei, abaixando a cabeça, e indo em direção ao parque.
Quando já tinha perdido todas as esperanças, eu o ouvi  gritando:
- Gwen! Espere! Eu vou com você! – Ele falou correndo em minha direção.
Nesse momento, tudo se iluminou, e eu me senti bem. Ele voltou para casa, e depois de alguns minutos, pude ver ele ainda dentro de casa, com seu pai dando um beijo em sua testa, e o despenteando. Ele saiu de casa, com uma pequena mochila nas costas, e saímos correndo.
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Cap 3 : Reviravoltas
Steeve
Minha cabeça estava á mil. Muitas coisas haviam acontecido nas últimas 24h. Primeiro: Tive um sonho estranho.  Sonhei que eu estava voando. Gwen estava na minha frente e íamos para um local, ao qual eu não sabia. E então a imagem muda. Estou em um imenso palácio, onde uma voz, vinda do fundo, dizia : viaje com Gwen, Venha até aqui, neste mundo e encontre a cura para sua mãe! 
E então eu acordo com meu pai, me dizendo que minha mãe estava piorando e que eu devia ligar para o médico, enquanto ele pegava os remédios dela. E depois, chega a Gwen,  me contando uma história maluca, sobre Mundo mágico, sobre como seu irmão estava desaparecido, sobre o prefeito do mau,  e sobre.. um pégasus- unicórnio? Mais de qualquer maneira, achei melhor ir. 1º porque meu sonho disse para ir com Gwen e achar a cura de minha mãe. Mesmo que pareça idiotice, algo me dis, que tenho mesmo que ir. E 2º eu nunca deixaria Gwen ir, sozinha, para um outro mundo.
Até que eu vi, seu pégasus – unicórnio.um grande garanhão. Muito bonito.  Ele relinchou e olhou para mim. E Gwen  fala:
-  Ele é Steeve, meu melhor, e único amigo! Ele irá  viajar conosco. Você acha que consegue?
O garanhão respondeu com um relincho alto, e Gwen riu, e falou :
- Você é uma comédia! Steeve, ele falou que consegue, aguentaria até uns 4 .
Gwen me explicou que ela conseguia entendê-lo, e que era para eu não me assustar. Mais eu me assustei, e não me acostumei com isso ainda. 
- Ele não tem nome? – Perguntei
-Ah é... Nós nem tivemos tempo para isso.. – Ela olhou para ele – Qual seu nome? – Perguntou.
Ele relinchou e raspou  os cascos no chão.
- Bom, então.. Vamos te dar um nome - Gwen falou.
- Q tal.. Esperança? – Arrisquei
 Ele relinchou.
- Ele não gostou.. Fogo! – Gwen  deu outra ideia.
Ele bufou e raspou a ferradura no chão.
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- FireHoop! – Dei ideia.
Parece que ele gostou, pos começou a relinchar e abrir as asas.
- Isso! FireHoop então! – Gwen aceitou, rindo.
-Bom,  vamos  né ? Não temos tempo á perder! – Sugeri
Gwen  montou e logo em seguida estendeu a mão para mim, me convidando á montá-lo. Ela parecia uma grandiosa amazonas,  e linda. Gwen estava linda. Seus olhos castanho-caramelados  brilhavam intensamente e seus cabelos negros reluziam á luz do sol. Segurei sua mão, e montei. FireHoop começou a trotar, então á galopar até que começou a sair do chão, e alçou voo.
Um frio veio na minha barriga, e eu apertei a sintura de Gwen. Ela avisou, que era para eu me segurar pois,  teríamos uma viagem longa. Por falar nisso.. Para onde iríamos?
- Gwen, para onde nós vamos?- Perguntei
- Para o mundo mágico é claro. Fire, você sabe ir para lá não é? – Gwen perguntou.
FireHoop relinchou alto.
- Não? Como não!? – Gwen perguntou.
Gwen abraçou o pescoço de FireHoop e falou baixinho:
- E agora Fire?Como vamos fazer para achar Peter? 
- Nós vamos conseguir Gwen! Eu... – E disse e então minha visão escureceu.
 Eu já não estava em FireHoop com Gwen, eu estava em um outro lugar. Era em frente á uma escola, e o idioma eu não conhecia.. Então, apareceu em minha frente, um grupinho de amigos, em uma conversa muito interessante, e eu queria entender o que diziam. Uma tinha cabelos castanhos e olhos azuis, parecia nova, talvez  um 13 anos. Estava abraçada com um Menino ruivo, de olhos castanhos, ele parecia mais velho. Uns 15? E então, ao seu lado, um menino de cabelos negros encaracolados, de olhos verdes, conversava  animadamente  com uma menina loira, com uma franja negra, dividida em dois. E nessa hora, chega uma menina de cabelos curtos, e encaracolados. Todos abraçam essa menina. E então meu sonho muda. E eu ouso uma voz. Que dizia: - Encontre esses adolescentes. Do outro lado do Atlântico eles estão, e ao sul você deverá ir. Apenas eles possuem a resposta para suas dúvidas. Lá vocês irão encontrar a entrada para o
lugar que tanto desejam, e assim  muitas outras vocês acharão. Porém, tome cuidado, pois não só vocês procuram  pelo garoto perdido.
E então eu acordo. Estava deitado na grama, e Gwen me olhava preocupada.
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- Steev? Tudo bem? Do nada você desmaiou, e pousamos, para ver como você estava!  - Gwen perguntou.
- Eu.. Eu tive um sonho.. – E então eu expliquei tudo o que eu sonhei. E Gwen foi ficando pensativa.
Hoop, raspou a ferradura no chão e balançou a cabeça.
- Fire acha que você teve uma visão. Steev, você é vidente? – Perguntou
- Não que eu saiba. – Falei – Mais vamos continuar, temos que achar essas pessoas! Falei, já em pé montando em Hoop .
- Steev! Você acabou de acordar de um desmaio, e já quer sair voando por aí?! Desce já! – Gwen  falou, o que pareceu muito engraçado. E então comecei a rir. Ela riu, e até Hoop.
Dez minutos depois já estávamos no ar. Estávamos sobrevoando, Londres. Como pedi, estávamos, indo para o sul.
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- Hoop, você conseguirá atravessar o Atlântico?
Nessa hora, ouvimos um barulho, ele ia aumentando, como se estivesse.... Se aproximando! Virei para trás e me deparei com um dragão gigante. Com armadura, asas e chifre de ferro. Ele soltava fogo, e voava á uma velocidade muito alta, ou seja, logo estaria aqui.
- Hoop! Voe! Voe muito rápido! – Gritei.
FireHoop  relinchou muito alto, e voou, muito  rápido. Agora estávamos indo muito para o sul.
E então, esse dragão soltou fogo,  e o Chifre de FireHoop começou a brilhar, e envolveu todos nós. Como uma camada protetora,  o fogo bateu foi para todos os lados, menos em nós.  O dragão, frustrado tentou, mais 2 vezes, e vendo que não dava certo, tentou uma investida, mais FireHoop foi mais rápido. Porém , ele já estava ficando cansado, podia sentir  os músculos da sua asa fraquejando, diminuído a velocidade.  A cada desvio feito por ele, íamos perdendo altitude.  Foi quando, o dragão, já irritado, abriu a boca, e  soltou fogo. O chifre de Hoop, se iluminou, mais dessa vez, a camada protetora não se formou, e hoop desviou.  Quando desviou, ele perdeu o equilíbrio e caímos. Gwen, começou a gritar, e abraçou o pescoço de FireHoop, e então, tudo escureceu.
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‘’ Aonde estou?’’ foi a primeira coisa que pensei quando acordei. Eu estava em um quarto, provavelmente de uma menina , pois tinha pôsters de cantores e atores  famosos. Fotos, revistas espalhadas pelo quarto, o espelho rodeado de figurinhas e a parede, rosa . Olhei para o teto, luzes embutidas e um teto de gesso, moderno, estava tão distraído olhando o quenino quarto, que nem percebi a porta se abrindo . Uma menininha entrou. Devia ter uns  11 anos.
Tinha os cabelos castanhos  amarrados para trás, e olhos escuros. Sua pele morena, contrastava com a blusa branca.
- Nosso paciente acordou! – falou sorrindo radiante para mim .
- Gwen, FireHoop... – Tentei falar.
- Não! Você ainda está fraco! – Ela falou, correndo em minha direção e pondo o dedo em meus lábios.
- Mas... -  tentei  falar, mais fui interrompido por ela .
- Acalme-se, Gwen e Firehoop estão em segurança. Descanse, pois pelo que entendi, vocês tem uma grande viagem pela frente!
- Como você...
- Gwen  me explicou tudo. Agora, senhor dorminhoco, trate de descansar!  - Ela falou rindo.
- Então, espere aí. Quem é você, aonde estamos  e quanto tempo fiquei  dormindo?
- Oh! Que indelicadeza! Meu nome é Raiza, tenho 11 anos. Estamos em Cairo, Egito e você dormiu por 3 dias.
- Egito?! Eu dormi por 3 dias?! – Perguntei assustado tentando me levantar, porém fui tomado por uma tonteira e voltei a me deitar.
- Viu como ainda está fraco? Descanse! E espere aí, irei chamar Gwen  - Ela falou, abrindo a porta.
- Espere! Se estamos no Egito, como você fala minha língua? – Perguntei .
- Eu já morei  por muito tempo na Inglaterra, mais me mudei para o Egito quando meu pai foi transferido para cá á trabalho. – Ela falou, e em seguida saiu porta afora.
E  então fui tomado por uma explosão de pensamentos. Como vim parar no Egito?! E o dragão o que aconteceu com ele? Eu não consigo me levantar sem me sentir tonto. E se Gwen  for sem mim? FireHoop está bem?
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 Porém levei um susto, quando Raiza entrou desesperada no quarto, falando:
- Gwen não está mais na cozinha! Está tudo desarrumado, a porta escancarada..- Então ela parou e me olhou -  Dois homens de terno andam rondando a minha casa, faz uns 4 dias. Eles parecem muito ricos, usam óculos escuros de marca, e ambos um pingente, de três cores.. Vermelho, branco e ..
- Azul? – Interrompi 
- Sim!  Como você sabe? – Ela perguntou, olhando pra mim .
- São as cores do meu estado ...- Gwen te falou sobre a perseguição de alguem? – Perguntei
- Não pode ser! Aqui no Cairo?! – Raiza indagou assustada.
- Sim! Só pode ser! Vou pegar Hoop, e vamos sair já daqui! – Falei me levantando. Senti tonteira, mais me contive, e fiquei em pé.
- Você ainda está fraco! Não pode sair por aí, montado em um cavalo alado! - Raiza  zangou.
- Mais eu tenho que ir! Gwen está nas mãos deles!
- Então eu vou com você! – Raiza falou
- Então vamos!
- E Hoop? Como não o pegaram ? – Perguntei, já descendo as escadas.
- Ele está nos estábulos, atrás de casa. – Ela falou
E  então saímos correndo pela fazenda, estava uma manhã linda, a grama ainda molhada pelo orvalho,  o sol saindo por trás das montanhas e uma brisa morna soprava. Nada demorou, e chegamos nos estábulos. Corremos por entre as baias, e na ultima estava  FireHoop. Montamos  e  saímos correndo. Quando íamos levantar voo, Raiza falou:
- Não! Não podemos voar! O céu está limpo e sem nuvens, todos iriam nos ver!
E então ela desmontou, e correu em direção á casa, e logo voltou com um imenso pano em mãos. Colocou o pano em cima dele, o que cobriu totalmente as asas. Ela montou novamente e saímos correndo. Passamos pela porteira, e depois de alguns minutos, entramos na cidade. Passamos pelos pequenos bairros, olhamos becos, batemos nas portas das casas, em padarias e mercearias, falamos com as pessoas nas ruas. Com toda essa procura, pude ver com mais clareza como é uma cidade do Egito -Totalmente diferente de como imaginei - Prédios altos, em contraste com as baixas casas, um extenso  rio, passava  no meio da cidade. Crianças brincavam pelas ruas, pessoas  saíam em seus carros  para mais um dia de trabalho,
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 algumas em lojinhas, e outras em supermercados. Mais o que mais me chamou a atenção foi a maneira de se vestirem.
Gastamos o dia todo e nada. Já estava anoitecendo, e eu estava ficando angustiado, aonde estaria Gwen? Já  á levaram? Ela estaria bem?
Meus pensamentos foram interrompidos quando Raiza abafou um grito, e apontou para o lado. Pude ver, dois homens de terno, guardando uma imensa porta de ferro. Que dava entrada  ao que parecia uma grande casa de shows. O lugar em um grande movimento, pessoas entravam e saiam , uma musica alta ribombava e eu podia ouvir muitas pessoas gritando.
- Como vamos entrar? – Raiza perguntou.
E então  Hoop relinchou. Apenas agora, ele deu sinal de vida. Creio que ele tenha ficado abalado com o  sumiço de sua criadora.
- Acho que tive uma ideia. – Falei
O plano era : Hoop ia se fingir de descontrolado na frente dos guardas. Isso iria os destrair, e tirá-los de perto da porta, para entrarmos. E deu certo.
Já lá dentro, eu e Raiza passávamos correndo por entre as fãs descontroladas, que gritavam, pulavam e se descabelavam. E, como num piscar de olhos, eu estava todo molhado por uma bebida fedorenta. Creio que uma delas tenha derramado em mim.  E não demorou muito comecei á ouvir risos vindos de trás. Era Raiza rindo de mim.
- Pare de rir! Isso não tem graça!
- É impossível, seu cabelo está todo em pé! – Ela falou, contendo um riso.
- Jura? – falei, pondo a mão em meus cabelos.
Porém logo seu sorriso sumiu, e olhou fixamente para frente. Eu me virei, e entendi tudo. Ela estava olhando para um lugar, um corredor, escuro. E no final dele, estava uma grande porta. Fomos andando devagar,tomando cuidado onde pisávamos.Conforme íamos nos aproximamos meu estomago ia revirando em nervoso, e minha mente explodia em pensamentos.  Quando chegamos á porta, começamos á abri-la devagar, como que com medo do que podíamos descobrir lá dentro.


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O quartinho estava muito escuro, porém, conseguia-se ver, lá no fundo, uma pequenina cama, onde algo repousava. ‘’Gwen!”  Pensei. Fui me aproximando, e virando o rosto aos poucos. Eu estava com medo do que podia ver. Pousei a mão no cobertor, e senti um leve movimento. O alívio percorreu meu corpo, e meu coração desacelerou. E então me virei. Dormindo, tranquilamente estava Gwen.

- Gwen! Acorde!  - Falei
- Gwen, minha amiga, acorde. – Raiza falou suavemente. Mas sem reação -  Acho que ela  esta desmaiada.
- Não.. Ela está tranquila de mais para quem desmaiou – Falei examinando-a
- Talvez algum remédio para dormir?  - Raiza falou.
- Pode ser... – Falei. Mais fui interrompido por um guarda, que entrou no lugar.
Como que por instinto, peguei  Gwen no colo, e nos preparamos para correr. Porém, outro soldado entrou no local. Ambos carrancudos, com um olhar de poucos amigos, o que só piorava por causa do escuro. Eles estavam prontos para pular em cima da gente, mais fomos mais rápidos, e passamos no meio dos dois. Corremos até a porta, e saímos do quartinho.
A multidão parecia pior, mais pareciam que estavam abrindo caminho para nós, o que me deixou muito grato, pois a coisa só ia piorar se eles ficassem pulando e gritando. Porém isso também podia piorar nossa situação, pois podia chamar atenção dos soldados. O que realmente aconteceu.
No final na passarela, formada pelas pessoas,  uns 10 soldados esperavam por nós. E quando nos viram saíram correndo ao nosso encontro.  Quando os vi, fui tomado por uma fúria, a mesma que me fez levantar WallBrock, na escola.  Eles haviam raptado minha melhor amiga, e dado um remédio para ela dormir. Isso não ia passar em branco! ‘’ Não! ‘’ ‘’ Acalme-se Steeve’’ Pensei. Então, algo inusitado aconteceu. A multidão de pessoas voou para cima dos soldados e diziam : VÃO! Vão logo!
Então, entendemos que eles estavam nos ajudando. E saímos correndo. Quando saímos da casa de shows, uma brisa quente veio em meu rosto. E gritei:
- FireHoop!  Conseguimos sair! Venha!


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Logo, ele apareceu no ar, relinchando feliz, ao ver Gwen. Ele pousou, e chegando perto de Gwen, resfolegou baixinho. E por incrível que pareça, Gwen começou a se mexer, e pousou delicadamente a mão no focinho de Hoop:
- Eu estou bem.. Fique calmo.. – Ela falou baixinho.
E então, ela olhou para mim, e abriu um sorriso fraco. Seus olhos estavam foscos, porém, ela parecia bem. Sorri para ela, e falei:
- Conseguimos te tirar de lá..
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- Eu sabia que vocês viriam.. – Ela falou fracamente, e olhou para Raiza – Obrigada minha  amiga.. Você me conheceu á apenas dois dias, mas arriscou sua vida para me ajudar. E Steev – Ela falou olhando para mim. – Eu estava muito preocupada com você. Tem noção do tempo que eu fiquei do lado da sua cama, esperando você acordar? – Ela riu – pois é. Acordei  um dia depois de cairmos.  – Ela sorriu, e pôs a mão no meu rosto – Obrigada – E voltou a dormir em meus braços. 
Sem perceber, lágrimas escorriam por meu rosto. Eu estava aliviado. E muito feliz. Eu tinha conseguido salvar Gwen!  
- Vamos lá, Romeu. Temos que voltar para casa. Gwen precisa descansar. – Raiza falou rindo.
- Para casa? Está maluca? Lá será o primeiro lugar para eles procurarem! – Falei – Vamos voltar á viagem.
- Não! Gwen acabou de acordar, e você acabou de sair da cama. Ainda está fraco e precisa dormir! – Ela zangou – E sem falar nos meus pais. Minha mãe deve estar  enlouquecida, eu não estou em casa á essa hora!
Quando ela mencionou sua mãe, me lembrei da minha. Como ela estaria? Muito mal?  Como eu pude esquecê-la? Eu já podia ter  encontrado aqueles  adolescentes, achado Peter, e ..  A  cura para minha mãe.. Se aumenos  eu não tivesse desmaiado...  
Meus olhos já estavam marejados,  meu coração palpitava, e nervoso, eu estava muito nervoso.  Muitas coisas estavam  acontecendo, minha vida havia mudado drasticamente, e tudo isso junto com o imenso cansaço, estava me fazendo desabar.
- Steeve, vamos descansar ok?  Vocês podem ficar nos estábulos, apenas por essa noite. – Raiza sugeriu.
- Raiza, obrigado, mais temos que ir... Ficar mais tempo parado não é uma opção
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- Mais Steeve! Você precisa descansar! E quando Gwen  acordar? Como vai ser? – Raiza indagou
- Me desculpe, mesmo. Mais não podemos perder mais tempo! Os agentes do prefeito não vão parar. Precisamos fugit! E por favor, se proteja. Eles ainda vão aparecer na sua casa.
- Mais uma vez, obrigado. Por tudo. Por cuidar de nós, por vir resgatá-la e.. Desculpa, pela confusão. – Falei, realmente arrependido.Nós poderíamos ter estragado a vida de uma menina de 11 anos..
- Bem, se é o que você quer, qem sou eu para discutir? E se cuide também. Cuide de Gwen e desse garanhão aqui. – Ela falou acariciando o focinho de Hoop .
Me despedi e a olhei uma ultima vez. Nunca mais íamos nos encontrar. E então montei ,pus Gwen na minha frente e a recostei em meu peito. Segurei  a crina de Hoop e alçamos voo em direção á noite.
Logo senti uma brisa morna e a tranquilidade percorreu meu corpo. Finalmente estávamos a salvo deles e longe de tudo. Dos perigos e das preocupações. Virei-me  levemente e vi a cidade do Cairo se distanciando lentamente. Me lembrei de Londres. Será que um dia voltaríamos á vê-la? Quando fui me virar novamente para frente, senti uma pontada no ombro, e só então percebi como estava cansado e terrivelmente dolorido.
 Meus olhos fechavam e eu já não conseguia me manter acordado. Porém Gwen se mecheu em meu peito, e eu acordei de verdade.
- Aonde.. –Gwen balbuciou, serrando os olhos.
- Gwen! Que bom que você acordou! – Falei sorrindo .
- Steeve, não grite! Acabei de acordar.. – Ela falou fazendo uma careta.
Hoop relinchou alto e desestabilizou o voo. O que fez Gwen rir e eu gritar.
- Fire! Também estou feliz em te ver! – Ela falou alegremente.
E então ela virou para mim, e me perguntou aonde estávamos, e a respondi.
Depois de um tempo,  começamos a perder altitude, e Fire resfolegou .
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- Sono?
-Eu também estou – Falei.
- Bom, então vamos descansar... Mais aonde? – Gwen perguntou olhando o horizonte.
Agora estávamos em uma floresta, realmente indo paro o sul.
- De acordo com as minhas coordenadas, estamos na floresta do Congo, provavelmente em alguma reserva ecológica. – Falei olhando ao redor .
- Ah, e como é que você sabe?
- Eu sou muito estudioso sabia? As aulas de geografia, valeram para alguma coisa ...  – Falei rindo.
- Ta bem senhor sabe-tudo. Diga-nos aonde iremos par... – E antes que Gwen  terminasse a frase, FireHoop começou a descer em uma velocidade impressionante.
O colorido de suas asas apareceu novamente devido á luz da lua. Sempre fico deslumbrado ao ver isso, é realmente bonito . 
As montanhas pareciam dançar, devido a velocidade com a qual descíamos. Quantos por hora? 3 talvez 4 km/h, estávamos  bem alto, acima das nuvens.
E então pousamos por entre as árvores e Desmontamos FireHoop .
 A relva verde, alta batia em minhas pernas e a brisa fresquinha, parecia me ninar. Olho para cima, e vejo o topo das árvores, e o seu tamanho.Lua alta, e ...Muitas estrelas, e o ar... Tinha algo estranho no ar...
Derrepente paro de  raciocinar , e o sono me derruba. Já não conseguia manter mais os olhos abertos. Fazê-lo seria muito difícil. Caio no chão e a relva roça meu rosto. Viro para o lado,e vejo Gwen e FireHoop já no chão, dormindo.  Olho para cima novamente,  e tudo escurece.







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